Ultraviolet Grasslands Aventuras Psicodélicas no Fim do Mundo
Ultraviolet Grasslands: aventuras psicodélicas no fim do mundo
Imagine um mundo que vibra em tons violeta, onde ruínas de civilizações esquecidas se misturam a criaturas orgânicas e máquinas conscientes. Agora imagine atravessar esse mundo em uma caravana — negociando, sobrevivendo e descobrindo segredos antigos sob sóis que brilham em cores impossíveis. Esse é o coração de The Ultraviolet Grasslands and the Black City (ou apenas UVG), uma das experiências de RPG mais únicas já publicadas.
Criado pelo designer Luka Rejec, Ultraviolet Grasslands é uma mistura de ficção científica psicodélica, fantasia pós-apocalíptica e viagem espiritual. As aventuras lembram uma road trip estranha e brutal através de um mundo moribundo — um lugar onde a magia, a tecnologia e a biologia se fundem em algo inclassificável.
O livro é, ao mesmo tempo:
- Um cenário riquíssimo cheio de arte surreal e paisagens alienígenas;
- Uma aventura de jornada, em que os jogadores cruzam terras mutantes rumo à mítica Cidade Negra;
- Um sistema leve (chamado Synthetic Dream Machine, ou SDM) que serve como base, mas pode ser facilmente adaptado para qualquer sistema OSR ou indie moderno.

O cenário: entre o sonho e o deserto elétrico
As Ultraviolet Grasslands (Pradarias Ultravioletas) são uma vasta estepe que se estende até o horizonte — um espaço liminar entre o que resta da civilização e o puro desconhecido.
Durante a jornada, os jogadores encontrarão:
- Cidades que crescem sobre organismos vivos;
- Tribos nômades que negociam memórias e sons;
- Animais que cantam, máquinas que sonham e poeira que guarda ecos de outras eras;
- E o rumor constante da Cidade Negra, o destino final, onde o mundo termina e algo maior começa.
A ambientação é aberta, mas coerente. Inspirada nas mecânicas de hexcrawl, Rejec criou um sistema onde cada ponto da jornada (ou “pointcrawl”) esconde mistérios, artefatos e encontros que desafiam tanto a mente quanto a sobrevivência física dos personagens.
A estética: Moebius encontra Heavy Metal
A arte de UVG é um tributo à estética de artistas como Moebius (Jean Giraud) e à era de ouro da ficção científica europeia. Cores saturadas, tecnologia decadente, biologia viva e arquitetura impossível criam um universo que parece ao mesmo tempo antigo e futurista.
Não é apenas um jogo — é uma experiência estética. Cada página é um pôster de arte, e cada parágrafo convida o mestre a transformar a mesa em um sonho lúcido.
A estrutura de jogo: a longa viagem
A campanha se desenrola como uma viagem de caravana. Os personagens precisam administrar recursos, negociar suprimentos e decidir quais riscos enfrentar em cada etapa da estrada.
Essa mecânica cria uma sensação constante de deslocamento e descoberta. Não há um “dungeon” fixo — há o mundo, vasto, misterioso e cheio de pequenas histórias esperando para acontecer.
É um RPG de sobrevivência, exploração e reflexão — perfeito para grupos que gostam de narrativas lentas e imersivas, com ênfase no simbolismo e na estética tanto quanto na ação.
Os heróis de Ultraviolet Grasslands
Aqui, “herói” é um termo relativo. Os personagens podem ser mercadores de sonhos, arqueotécnicos, andarilhos psicotrópicos, sacerdotes de ruínas ou músicos viajantes.
Cada um carrega cicatrizes e motivações próprias — riqueza, redenção, conhecimento ou fuga. O foco não é “salvar o mundo”, mas entendê-lo antes que ele desapareça.

Por que jogar UVG?
- Porque é diferente de tudo que você já viu numa mesa de RPG.
- Ideal para quem ama Numenera, Cairn, Mothership ou Planescape, mas quer algo mais visual e poético.
- Perfeito para narradores que gostam de improvisar e construir mundos vivos.
- Uma ótima introdução para quem quer experimentar campanhas de jornada sem regras pesadas.
Onde encontrar
O livro físico e o PDF estão disponíveis internacionalmente pela Exalted Funeral Press, e há comunidades ativas no Reddit e Discord trocando traduções, mapas e módulos adicionais. Se você é apaixonado por RPGs de mesa e arte fantástica, Ultraviolet Grasslands é uma viagem que vale cada passo.


